ROCKY & CRIS

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http://www.motoesporte.com.br/site/geral/ola-olha-eu-aqui-de-novo-com-estas-mulheres-pilotas


Este mundo ‘virtual’ é muito bacana, tem muito trash, mas tem muita coisa boa. Utilizando algumas ferramentas de relacionamento (Facebook, Twitter, Orkut,muito em breve o próprio Google disponibilizará a sua, e etc) pode-se descobrir boas oportunidades, boas pessoas e grandes talentos.
Participei timidamente dos bastidores da prova de motovelocidade das motociclistas de Indaiatuba arrecadando informações aqui e acolá. Sempre à distância, cerca de 1000 quilômetros nos separando, mas on time pelas “pistas internéticas”, e assim pude documentar um pouquinho destas meninas voadoras…
Fez-me lembrar agora da “japonesinha voadora”, a Ana Lima, nossa primeira mulher em pistas de motovelocidade que tive o prazer de conhecer anos atrás na pista de Santa Cruz do Sul, numa das etapas do Brasileiro de Motovelocidade.
Ana Lima, a Japonesinha Voadora
Hoje volto aqui para falar um pouquinho da Cris Trentim. Já existem textos sobre ela em muitos sites, aqui no Motoesporte com o Diretor/Editor Marcos Branco, no site da Vanessa lá de Brasília, o MOTOCOMBATOM e outros tantos. Os textos todos evidenciam um breve histórico sobre a piloto e suas dificuldades (falta de patrocínio). Ela mesma confidencia: “já saíram varias matérias sobre mim e muito pouco sobre a equipe”. A Equipe Racers 43 Team é composta pela Cris (Cristiane Trentim) e pelo Rodrigo Rocky. Ele de São Carlos e ela de Araraquara.
Rocky

Quem pilota e possui uma moto esportiva tem idéia dos valores para manter a moto em dia, manutenção, troca de líquidos, pneus, etc. Sabe também dos valores dos acessórios que deixam a moto mais potente, mais adequada para pistas. Sabe também quantos e quais jogos de pneus são necessários se colocar a moto em pista, e sem nenhum acidente de percurso, tipo quebra de motor, tombo ou alguma outra avaria, o quão dispendioso esse esporte é.

Então, conseguirá imaginar que para participar de um campeonato, é preciso ter bons valores à mão, pois além de ter a moto equipada, o piloto precisa estar bem equipado e isto tudo precisa se locomover para onde as provas são realizadas. No caso da Equipe Racers 43 Team , eles fazem 288km para chegar ao autódromo!
A Cris e o Rocky, aliás, a Equipe Racers 43 Team está participando do campeonato Pirelli Mobil Superbike, onde ela é a única mulher nas pistas. Este é considerado o campeonato Paulista de Motovelocidade e as provas só ocorrem em Interlagos.
E hoje faltando apenas 1 etapa para o final do campeonato, ela é a 10° colocada na geral entre 22 pilotos. Ela participa com uma Suzuki GSXR 750 sendo a única com moto inferior em cilindradas aos demais (1000cc). Ela conta que duas de suas provas foram sob chuva, onde obteve grande destaque, largando na 19° posição e chegando em 7°, sendo que nunca havia corrido sob chuva o que a surpreendeu também.
Anotem aí, próxima etapa será nos dias 22,23,e 24 de julho próximos, preparem-se para prestigiar o evento, pois só com público comparecendo é que os patrocinadores se animam a investir. E este ciclo é mais que importante, é o que mantém o motociclismo funcionando: mais pessoas assistindo, mais pilotos participando, mais patrocinadores interessados!
Detalhes sobre a Cris, sua Equipe e seu começo no motociclismo já foram abordados pelos colegas, então eu deixo aqui o blog (www.racers43team.blogspot.com) dela para que vocês sejam seguidores e leiam o histórico onde ela conta desde sua primeira CG (isso mesmo, uma 125!) até chegar às pistas com suas SRAD 750.
O curioso é que, lendo as informações que a Cris me enviou, os depoimentos dados à Vanessa do WWW.motocombatom.com de Brasília (mais uma querida motociclista que pilota sua Hayabusa e que teve o prazer de tietar o Box da Equipe Racers 43 Team), todas nós que pilotamos temos mais ou menos as mesmas experiências no que diz respeito aos comentários de outras pessoas que consideram o esporte exclusivamente masculino e desagrado que causamos a elas. A maioria das pessoas ama, elogiam, se impressionam, aplaudem e outros (bem pouquinhos, minoria) criticam; mas certamente o fazem por que nunca tiveram o prazer e a alegria que nos são proporcionados, senão mudariam de idéia.
Outra questão, a familiar: quase todas nós, raras exceções (a de pais motociclistas) sofremos um pouco, pois a família sempre tem receio do perigo e etc. Trocar as ruas pelas pistas em razão da segurança que o ambiente apropriado proporciona já ajuda. A Cris teve o privilégio de contar com o marido, motociclista também, que acompanha, incentiva, participa.
Preconceitos sempre terão, pois já escrevi algumas vezes sobre isso, da dificuldade de sermos aceitas nestes grupos essencialmente masculinos, os “Clubes do Bolinha” e segundo a Cris, isso acontece em qualquer lugar, capital ou interior, cidades cosmopolitas ou não:
“..A mulher é sim, considerada uma rival independente do esporte que ela escolha, porque alguns homens ainda acham que mulher foi feita pra ficar dentro de casa ou por falta de capacidade. Então, por mais que eles tentem não demonstrar preconceito, existe sim! E só não existe tanto quando a mulher é dos outros, porque se fossem deles a barreira seria muito maior. Não adianta, homem não aceita mulher em esporte totalmente masculino. Acho até, que na rua o preconceito é maior, geralmente eles gostam de sair em grupos de homens e quando se deparam com uma mulher que pilota, existe uma certa resistência…”
Então amigos, leitores, motociclistas (sem distinção de gênero), nos apóiem, participem, apreciem, contribuam. Só queremos respeito pela nossa modesta participação neste segmento que, como outros tantos, estão deixando de ser extremamente masculinos. Precisamos (falando pela Cris) de apoio financeiro e merecemos o mesmo respeito que os rapazes quando se trata de uma competição. E com certeza, ninguém entra com tanta coragem e determinação num esporte tão caro para brincar de piloto, e sim para conquistar nosso espaço mostrando nossa real capacidade.
Super abraço,
Julie Maioli
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